terça-feira, 21 de junho de 2011

Palavras da Patrona da 27ª Feira do Livro de Canoas/RS

 SANTO DE CASA FAZ MILAGRE SIM!
A 27ª Feira do Livro de Canoas terminou no último domingo dia 19 de junho. Foram 15 dias dedicados ao Livro, à Leitura e à Literatura.
Há uma sensação de dever cumprido.
Há muito o que aplaudir, mas muito o que melhorar.
Há de se aplaudir a dedicação da equipe da Secretaria de Cultura e de outras Secretarias, nas atividades culturais em torno da Literatura no município, embora muitos envolvidos não tenham educação e nem capacidade para tanto.
Há de se aplaudir o trânsito dos alunos das escolas públicas de Canoas, principalmente das municipais, que receberam ônibus para sua locomoção, embora muitas outras escolas não tiveram a mesma sensibilidade ou oportunidade.
Há de se aplaudir o envolvimento dos professores que levaram seus alunos não “a passeios na feira”, mas sim a “atividades culturais na Feira do Livro”, embora esses mesmos professores fizeram-se ausentes na Oficina Literatura Canoense na Educação do Município, que objetivava apresentar, a esses professores e ao público em geral, a produção literária e de qualidade que existe na cidade de Canoas.
Há de se aplaudir a quantidade de eventos culturais que giraram em torno da Literatura, embora o tratamento tenha sido diferenciado aos convidados “ilustres” em detrimento à atenção dedicada aos escritores locais.
Há de se aplaudir o número de sessões de autógrafos e lançamentos de livros de Escritores de Canoas, embora a participação dos confrades nesses momentos tenha sido pequena em relação ao número de associados nos grupos literários e culturais da cidade.
Há de se aplaudir as atividades culturais de grupos de cidades vizinhas à Canoas, em momentos tão importantes para a integração da Literatura do Estado, embora a participação dos Escritores de Canoas nessas oportunidades tenha deixado a desejar.
Há de se aplaudir o número de escritores consagrados convidados a discutir Literatura, embora a participação dos escritores locais tenha sido pequena, perante a oportunidade de ampliar seus horizontes e buscar novos recursos para adaptar-se ao mercado, de forma a cativar o público leitor.
Há de se aplaudir o discurso dos visitantes quando parabenizam o poder público na preocupação com a Cultura e o envolvimento da sociedade, principalmente as associações de classe, parabenizando a todos pelos esforços, embora os próprios canoense, que se acostumaram com o clichê de que “Canoas não tem identidade” e acreditando que “santo de casa não faz milagre”, tentando ofuscar o brilho dos fazedores da cultura do município, preocupando-se mais com os próprios egos do que com o bem coletivo, não tenham participado desses momentos tão significativos para a cultura de Canoas.
Há de se aplaudir a sensibilidade de alguns representantes eleitos pelo povo, ao prestigiarem a 27ª Feira do Livro, embora alguns ignorem o fazer cultural do município e menosprezem pessoas destacadas pelos “concorrentes”, relevando a Cultura a segundo plano.
Há de se aplaudir a preocupação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, na entrega de bônus aos seus educandos, para a aquisição de livros, embora esses bônus não tenham sido utilizados para compra de sequer um livro de Escritor Canoense.
Há de se aplaudir a preocupação em romper a divisão do centro de Canoas, unindo os dois lados da cidade, embora a divisão não seja somente através do muro, pois percebe-se uma divisão cultural, resultado do ranço político de alguns “donos” da Cultura.
Enfim, Canoas está de parabéns por manter acesa a chama do Saber, envolvendo crianças, jovens e adultos e completando 27 edições da Feira do Livro que não busca somente a venda de livros, mas além disso, também a preocupação em adaptar-se a novas tecnologias em relação à Leitura.
Obrigada a minha terra natal, por reconhecer meu trabalho e conceder-me o privilégio de ser a anfitriã desse belo evento.
Parabéns Canoas!
Neida Rocha

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Neida Rocha, Patrona da 27ª Feira do Livro de Canoas/RS

Neida Rocha, Patrona da 27ª Feira do Livro de Canoas/RS,
lançou em 13/06/2011
“Mestre Interior”
(mensagens psicografadas/canalizadas)
 

LITERATURA CANOENSE NA EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO

A Literatura Canoense busca, incessantemente, a exemplo de outros municípios brasileiros, ampliar seu cenário literário e, para tanto, necessita ter uma identidade reconhecida em sua própria cidade. A Lei 5.564 instituiu o Plano Municipal de Livro, Leitura e Literatura e determina em seu Art. 2º, item X - “apoiar iniciativas de entidades associativas e culturais que objetivem a divulgação do livro” e no Art. 8º, item V - “estimular a participação de escolas, alunos, professores, escritores, livreiros, entidades ligadas à área do livro, leitura e literatura em circuitos nacionais e estaduais de feiras de livros”.
Com a intenção de promover a possibilidade de um maior conhecimento sobre a literatura local, surgiu a ideia da Oficina Literatura Canoense na Educação do Município, voltada para os professores e público interessado, e ministrada pelas Escritoras e Professoras Nelsi Urnau e Neida Rocha, membros do Núcleo Canoas/RS da União Brasileira de Escritores (UBE).
O objetivo é apresentar a produção literária canoense, aos professores do município, favorecer o contato e promover o diálogo dos Escritores Canoenses, filiados à Associação Canoense de Escritores, Casa do Poeta de Canoas e Guajuviras Centro de Artes com os professores mediadores do conhecimento, incentivando a inclusão dessa literatura nos currículos pedagógicos, considerando as inúmeras possibilidades aplicáveis através de projetos interdisciplinares e como forma de valorização da pujante cultura do município, tendo em vista que Canoas possui abundante expressão em termos de autores e obras dos mais variados gêneros.
O evento aconteceu dia 11 de junho de 2011 das 9 às 11 horas, no Auditório Moacir Scliar, na Praça da Bandeira, durante a 27ª Feira do Livro de Canoas.
Agradecendo a presença de todos.
Neida Rocha                     e                                Nélsinês
Coordenadora Núcleo UBE                                                                   Secretária

domingo, 5 de junho de 2011

DISCURSO DA PATRONA NA ABERTURA DA 27ª FEIRA DO LIVRO DE CANOAS/RS

27ª FEIRA DO LIVRO DE CANOAS/RS
Neida Rocha
Quando reflito sobre quais as melhores invenções do homem, fico a pensar que uma delas foi a roda, pois sem ela, o homem não iria muito longe.
Outra invenção que me espanta é o telefone, pois é graças à invenção de Grahan Bell que usamos o fax, o celular e a internet, entre outras tecnologias.
Mas vejo como a mais surpreendente de todas a escrita.
Segundo a Wikipédia, a enciclopédia livre da Internet, a primeira publicação regular de que se tem notícia foi a Acta Diurna, que o imperador Augusto mandava colocar no Fórum Romano no século I, onde eram gravadas em tábuas de pedra e afixadas nos espaços públicos, os fatos diversos, notícias militares, obituários, crônicas esportivas, entre outros assuntos.
Já o primeiro jornal em papel foi publicado como um panfleto manuscrito em 713 d.C., na China, e em 1440, Gutemberg desenvolve a tecnologia, utilizando os tipos móveis, inventados na China, e que são caracteres avulsos gravados em blocos de madeira ou chumbo, rearrumados numa tábua para formar palavras e frases do texto.
Na Baixa Idade Média, as folhas escritas com notícias comerciais e econômicas eram muito comuns nas ruidosas ruas das cidades burguesas, e em Veneza, as folhas eram vendidas pelo preço de uma gazeta, moeda local, de onde surgiu o nome de muitos jornais publicados posteriormente.
Apresento essa pequena história para que possamos perceber o longo caminho percorrido pelo livro, até os dias de hoje, quando é tão fácil publicá-lo.
Será que ele, o livro, perderá espaço para outras tecnologias?
Será que é tão importante questionarmos isso? Ou devemos nos preocupar com a leitura como um todo?
Nós, escritores somos agentes de leitura e mediadores do conhecimento e isso nos basta, pois com nossos exemplos e nossa produção, levamos, principalmente aos jovens, o incentivo à pratica da leitura.
A 2ª edição dos "Retratos da Leitura no Brasil", pesquisa feita pelo Ibope para o Instituto Pró-Livro, mostra os números no Brasil, onde a média de leitura dos jovens dobrou em sete anos e aponta que o brasileiro lê, em média, 4,7 livros por ano e que quanto maior a escolaridade, maior o tempo dedicado à leitura. A pesquisa mostra também que a maioria dos brasileiros não frequentam bibliotecas públicas.
Galeno Amorim, Presidente da Biblioteca Nacional, diz que passou da hora de o MEC criar um grande programa de bibliotecas escolares e estreitar os vínculos entre as bibliotecas escolares e as bibliotecas públicas municipais e comunitárias.
Graças à evolução da escrita, e diante da necessidade de espraiarmos a cultura, que hoje estamos realizando a abertura da 27ª edição da Feira do Livro de Canoas, que pode significar para os jovens e também para os adultos, uma grande biblioteca.
No município de Canoas, nós filiados à Associação Canoense de Escritores, Casa do Poeta de Canoas e Guajuviras Centro de Artes, a quem agradeço publicamente por me permitirem estar Patrona nessa edição, com certeza fazemos nossa parte, mesmo que pequena, para aumentar os índices de leitura.
Canoas está de parabéns, através de seus gestores púbicos, por manterem tantas edições da feira do livro, pois a cidade está à frente de muitos outros municípios brasileiros que sequer têm uma biblioteca pública, que dirá uma feira de livros.
Para encerrar, reflito sobre a vida, da forma que melhor sei me expressar: a poesia.


LIVRO DA VIDA
Na história da vida fui escrita.
Comecei como um traço
para lentamente
formar uma letra
e depois uma palavra.
Meu semelhante,
palavra solta,
foi escrito ao meu lado.
Ao identificar cada próximo,
surgiu a frase.
No sentido de cada frase,
unida à próxima,
formou-se o parágrafo.
Hoje faço parte
da história do meu tempo.
sou a personagem
não menos importante
do livro da Vida.