1o Lugar: CRÔNICA:
Tatiana Alves
Soares Caldas
Rio de
Janeiro/RJ
TURBULÊNCIA
A solidão das misérias humanas vociferava no horizonte, anunciando-se qual temida tempestade. De
narinas infladas, assustava até aqueles a ela acostumados e,
por que não,
afeiçoados.
Atraiçoara-os, é verdade. Iludira-os, deixando que se pensassem a salvo, para irromper, absoluta, quando já a tinham por perdida.
A solidão nunca morre. Nascemos e morremos sós, e camuflar ISSO apenas alimenta o velho embate do ser
consigo mesmo.
Buscar a verdade, talvez o
único caminho. A única certeza. É em seu desconhecimento que
reside a causa
de todos os infortúnios. Como
Pandora, que trazia em sua caixa de carne a pior das angústias, a esperança, lenitivo
que prolongava a
tortura.
Depois contam a história da caixa, quando desde sempre a humanidade sabe onde
se esconde a esperança
humana: lá, onde o homem entra e de onde ele
sai, nudez
atemporal. O turbilhão que o suga reacende o velho desejo edipiano, oculto sob o véu do erotismo. Talvez por isso Parcas, Fúrias e Moira sejam femininas. Fonte e fim.
atemporal. O turbilhão que o suga reacende o velho desejo edipiano, oculto sob o véu do erotismo. Talvez por isso Parcas, Fúrias e Moira sejam femininas. Fonte e fim.
Remédio e veneno.
A solidão vociferava no horizonte, aguardando o momento do bote. E o homem, olhando-a nos olhos, sorvia, suplicante, seus últimos instantes de paz.
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