27ª FEIRA DO LIVRO DE CANOAS/RS
Neida Rocha
Quando reflito sobre quais as melhores invenções do homem, fico a pensar que uma delas foi a roda, pois sem ela, o homem não iria muito longe.
Outra invenção que me espanta é o telefone, pois é graças à invenção de Grahan Bell que usamos o fax, o celular e a internet, entre outras tecnologias.
Mas vejo como a mais surpreendente de todas a escrita.
Segundo a Wikipédia, a enciclopédia livre da Internet, a primeira publicação regular de que se tem notícia foi a Acta Diurna, que o imperador Augusto mandava colocar no Fórum Romano no século I, onde eram gravadas em tábuas de pedra e afixadas nos espaços públicos, os fatos diversos, notícias militares, obituários, crônicas esportivas, entre outros assuntos.
Já o primeiro jornal em papel foi publicado como um panfleto manuscrito em 713 d.C., na China, e em 1440, Gutemberg desenvolve a tecnologia, utilizando os tipos móveis, inventados na China, e que são caracteres avulsos gravados em blocos de madeira ou chumbo, rearrumados numa tábua para formar palavras e frases do texto.
Na Baixa Idade Média, as folhas escritas com notícias comerciais e econômicas eram muito comuns nas ruidosas ruas das cidades burguesas, e em Veneza, as folhas eram vendidas pelo preço de uma gazeta, moeda local, de onde surgiu o nome de muitos jornais publicados posteriormente.
Apresento essa pequena história para que possamos perceber o longo caminho percorrido pelo livro, até os dias de hoje, quando é tão fácil publicá-lo.
Será que ele, o livro, perderá espaço para outras tecnologias?
Será que é tão importante questionarmos isso? Ou devemos nos preocupar com a leitura como um todo?
Nós, escritores somos agentes de leitura e mediadores do conhecimento e isso nos basta, pois com nossos exemplos e nossa produção, levamos, principalmente aos jovens, o incentivo à pratica da leitura.
A 2ª edição dos "Retratos da Leitura no Brasil", pesquisa feita pelo Ibope para o Instituto Pró-Livro, mostra os números no Brasil, onde a média de leitura dos jovens dobrou em sete anos e aponta que o brasileiro lê, em média, 4,7 livros por ano e que quanto maior a escolaridade, maior o tempo dedicado à leitura. A pesquisa mostra também que a maioria dos brasileiros não frequentam bibliotecas públicas.
Galeno Amorim, Presidente da Biblioteca Nacional, diz que passou da hora de o MEC criar um grande programa de bibliotecas escolares e estreitar os vínculos entre as bibliotecas escolares e as bibliotecas públicas municipais e comunitárias.
Graças à evolução da escrita, e diante da necessidade de espraiarmos a cultura, que hoje estamos realizando a abertura da 27ª edição da Feira do Livro de Canoas, que pode significar para os jovens e também para os adultos, uma grande biblioteca.
No município de Canoas, nós filiados à Associação Canoense de Escritores, Casa do Poeta de Canoas e Guajuviras Centro de Artes, a quem agradeço publicamente por me permitirem estar Patrona nessa edição, com certeza fazemos nossa parte, mesmo que pequena, para aumentar os índices de leitura.
Canoas está de parabéns, através de seus gestores púbicos, por manterem tantas edições da feira do livro, pois a cidade está à frente de muitos outros municípios brasileiros que sequer têm uma biblioteca pública, que dirá uma feira de livros.
Para encerrar, reflito sobre a vida, da forma que melhor sei me expressar: a poesia.
LIVRO DA VIDA
Na história da vida fui escrita.
Comecei como um traço
para lentamente
formar uma letra
e depois uma palavra.
Meu semelhante,
palavra solta,
foi escrito ao meu lado.
Ao identificar cada próximo,
surgiu a frase.
No sentido de cada frase,
unida à próxima,
formou-se o parágrafo.
Hoje faço parte
da história do meu tempo.
sou a personagem
não menos importante
do livro da Vida.
Lindo e profundo poema. Amei. Jania Souza
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