SANTO DE CASA FAZ MILAGRE SIM!
A 27ª Feira do Livro de Canoas terminou no último domingo dia 19 de junho. Foram 15 dias dedicados ao Livro, à Leitura e à Literatura.
Há uma sensação de dever cumprido.
Há muito o que aplaudir, mas muito o que melhorar.
Há de se aplaudir a dedicação da equipe da Secretaria de Cultura e de outras Secretarias, nas atividades culturais em torno da Literatura no município, embora muitos envolvidos não tenham educação e nem capacidade para tanto.
Há de se aplaudir o trânsito dos alunos das escolas públicas de Canoas, principalmente das municipais, que receberam ônibus para sua locomoção, embora muitas outras escolas não tiveram a mesma sensibilidade ou oportunidade.
Há de se aplaudir o envolvimento dos professores que levaram seus alunos não “a passeios na feira”, mas sim a “atividades culturais na Feira do Livro”, embora esses mesmos professores fizeram-se ausentes na Oficina Literatura Canoense na Educação do Município, que objetivava apresentar, a esses professores e ao público em geral, a produção literária e de qualidade que existe na cidade de Canoas.
Há de se aplaudir a quantidade de eventos culturais que giraram em torno da Literatura, embora o tratamento tenha sido diferenciado aos convidados “ilustres” em detrimento à atenção dedicada aos escritores locais.
Há de se aplaudir o número de sessões de autógrafos e lançamentos de livros de Escritores de Canoas, embora a participação dos confrades nesses momentos tenha sido pequena em relação ao número de associados nos grupos literários e culturais da cidade.
Há de se aplaudir as atividades culturais de grupos de cidades vizinhas à Canoas, em momentos tão importantes para a integração da Literatura do Estado, embora a participação dos Escritores de Canoas nessas oportunidades tenha deixado a desejar.
Há de se aplaudir o número de escritores consagrados convidados a discutir Literatura, embora a participação dos escritores locais tenha sido pequena, perante a oportunidade de ampliar seus horizontes e buscar novos recursos para adaptar-se ao mercado, de forma a cativar o público leitor.
Há de se aplaudir o discurso dos visitantes quando parabenizam o poder público na preocupação com a Cultura e o envolvimento da sociedade, principalmente as associações de classe, parabenizando a todos pelos esforços, embora os próprios canoense, que se acostumaram com o clichê de que “Canoas não tem identidade” e acreditando que “santo de casa não faz milagre”, tentando ofuscar o brilho dos fazedores da cultura do município, preocupando-se mais com os próprios egos do que com o bem coletivo, não tenham participado desses momentos tão significativos para a cultura de Canoas.
Há de se aplaudir a sensibilidade de alguns representantes eleitos pelo povo, ao prestigiarem a 27ª Feira do Livro, embora alguns ignorem o fazer cultural do município e menosprezem pessoas destacadas pelos “concorrentes”, relevando a Cultura a segundo plano.
Há de se aplaudir a preocupação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, na entrega de bônus aos seus educandos, para a aquisição de livros, embora esses bônus não tenham sido utilizados para compra de sequer um livro de Escritor Canoense.
Há de se aplaudir a preocupação em romper a divisão do centro de Canoas, unindo os dois lados da cidade, embora a divisão não seja somente através do muro, pois percebe-se uma divisão cultural, resultado do ranço político de alguns “donos” da Cultura.
Enfim, Canoas está de parabéns por manter acesa a chama do Saber, envolvendo crianças, jovens e adultos e completando 27 edições da Feira do Livro que não busca somente a venda de livros, mas além disso, também a preocupação em adaptar-se a novas tecnologias em relação à Leitura.
Obrigada a minha terra natal, por reconhecer meu trabalho e conceder-me o privilégio de ser a anfitriã desse belo evento.
Parabéns Canoas!
Neida Rocha
Nenhum comentário:
Postar um comentário