3o Lugar: POEMA:
Reginaldo Costa de Albuquerque
Campo Grande/MS
FERRO A BRASA
Ao limpar o porão, a um canto abandonado,
certo objeto me atrai... Arcaico ferro a brasa,
onde repousa frio, autêntico, entravado,
certo objeto me atrai... Arcaico ferro a brasa,
onde repousa frio, autêntico, entravado,
na humildade mais
digna e silente da casa.
Dúbia claridade
enche a mesa no outro lado...
O mistério confunde e súbito extravasa:
O mistério confunde e súbito extravasa:
o ferro vibra... e vai... volta... E
novo, exumado,
retoma à antiga glória e de pronto me atrasa...
retoma à antiga glória e de pronto me atrasa...
Imagino em redor
histórias de amizade...
E o estalo da fagulha em veloz remoinho,
E o estalo da fagulha em veloz remoinho,
traz no brilho a
ilusão de um grito de saudade...
A brasa acalma o
fogo e embaraça a visão...
Sopro as cinzas e avivo um duende bonzinho
Sopro as cinzas e avivo um duende bonzinho
que espalha, às
pressas, mil lembranças pelo chão...
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