domingo, 17 de junho de 2012


3Lugar: POEMA:
Reginaldo Costa de Albuquerque
Campo Grande/MS

FERRO A BRASA

Ao limpar o porão, a um canto abandonado,
certo objeto me atrai... Arcaico ferro a brasa,
onde repousa frio, autêntico, entravado,
na humildade mais digna e silente da casa.

Dúbia claridade enche a mesa no outro lado...
O mistério confunde e súbito extravasa:
o ferro vibra... e vai... volta... E novo, exumado,
retoma à antiga glória e de pronto me atrasa...

Imagino em redor histórias de amizade...
E o estalo da fagulha em veloz remoinho,
traz no brilho a ilusão de um grito de saudade...

A brasa acalma o fogo e embaraça a visão...
Sopro as cinzas e avivo um duende bonzinho
que espalha, às pressas, mil lembranças pelo chão...

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